{ENTRE}

Sinopse:
Um conjunto habitacional e quatro vidas de parede-e-meia: uma mulher com uma criança no ventre; um pai que deseja retornar a vida familiar; um filho que busca se construir, bem como sua identidade e caminho; e um médico que retorna ao local onde se criou para reencontrar o seu passado e origem. Quatro histórias que buscam preservar-criar um sentido pessoal e coletivo de celebração e busca do afeto.
Duração| 90 minutos. Classificação| 14 anos.



Coletivo Negro apresenta a peça {ENTRE}



O projeto Celebrização do Homem Comum se materializa no espetáculo teatral {ENTRE} e pretende trazer à tona a necessidade de celebrar e celebrizar o homem em suas relações sociais, na vida cotidiana, em seus anseios e lutas, e tornar poético o “comum”.
Em um conjunto habitacional vivem quatro personagens: uma mulher grávida e abandonada; um pai que deseja retornar ao seio familiar; um filho que busca encontrar seu caminho e identidade; e um médico que retorna ao local de nascimento e se reencontra com seu passado.
No entrelaçamento dessas quatro vidas, aparentemente comuns, revela-se, mesmo diante das adversidades, um sentido de preservação e celebração em suas histórias. A ambientação de {ENTRE} apresenta um espaço precário, espacialmente e em serviços básicos. Saúde, educação, cultura, e transporte deixam os personagens à margem, na periferia.
A força dos laços familiares guia o Coletivo Negro neste segundo espetáculo e revela muito do que são. A encenação inspirada na narrativa épico/musical do cantor compositor Itamar Assumpção, um dos líderes do movimento Vanguarda Paulista, e na linguagem documental de “Edifício Master”, do cineasta Eduardo Coutinho, pretende celebrar a existência de pessoas que se empenham na preservação e criação de sentido crítico e na celebração de suas histórias.
Esse projeto é o resultado da querência em resignificar a presença do negro, reconstruir seu imaginário e celebrar as conquistas políticas atuais, as mães que alicerçam sozinhas seus lares, o número crescente de jovens que começam a entrar nas universidades; etc.
O materialismo histórico-dialético é o alicerce para contar essas histórias que retratam o indivíduo histórico, performador de si. A encenação retoma a questão do espaço do homem. Se na primeira peça, o Coletivo Negro retratou o processo de desapropriação, material e simbólica, pós-diáspora África-Brasil, neste momento, volta, dialeticamente, para as apropriações e pequenas conquistas do povo negro pós-diáspora.
O objetivo desta montagem é batizar os narradores e os observadores do narrado, dar nome ao homem e personificá-lo, na tentativa de evidenciá-lo como ser coletivo que carrega em si o seu tempo e sua história, além de trazer seus sonhos, desejos, vontades, medos, erros, ignorâncias e destrezas.
A peça {ENTRE}, que teve sua estreia no dia 13 de maio de 2014, após 18 meses de processo de criação, foi contemplada na XXI Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. O Coletivo Negro pretende trazer profundidade à imagem deste humano, o “comum”, e, junto com o público, questionar nosso próprio tempo, e assim soprar ventos de um futuro melhor a todas e todos de nossas gerações.
O Coletivo Negro recebeu em 2011 duas indicações ao prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro por sua primeira montagem: Movimento nº 1: o silêncio de depois.

“ um homem é feito do que planifica e do que vai sentindo. De correntes de ferro que o prendem ao chão e de correntes de ar que lhe atravessam o corpo em ecos de poesia.
Verdade e urgência.”
(das anotações do autor angolano Ondjaki no romance Os transparentes)

 
 

Ficha técnica

Atores-criadores| Flávio Rodrigues, Jé Oliveira, Jefferson Matias e Thaís Dias Direção | Raphael Garcia Assistência de Direção | Aysha Nascimento Dramaturgia | Jé Oliveira Provocação dramatúrgica | Grace Passô Música ao vivo | Cássio Martins / Melvin Santhana e Fernando Alabê Direção Musical | Fernando Alabê Assistente de direção Musical e musicalização | Gabriel Longhitano Música Original | Cássio Martins, Fernando Alabê, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira, Raphael Garcia e Thaís Dias. Preparação de Canto | Bel Borges Preparação do Corpo Afro-Diaspórico | Luciane Ramos Silva Provocação de Movimentos Cênicos | Verônica Santos Cenário e Iluminação |  Júlio Dojcsar<CasadaLapa Figurino | Silvana Marcondes<CasadaLapa Áudio-Visual | Zeca Caldeira<CasadaLapa Artistas Gráficos | Fernando Sato e Murilo Thaveira <CasadaLapa Produção Geral | Coletivo Negro  Produção Administrativa | Iarlei rangel Assistência de Produção geral e Administrativa | Ana Flávia Rodrigues